Veremos neste artigo como deduzir uma fórmula para calcular o volume de um segmento esférico. Para esta demonstração, utilizaremos o Cálculo Integral encontrando a fórmula:
V=π h6[3(R21+R22)+h2]Definição:
Segmento esférico é região limitada por dois planos paralelos que seccionam uma esfera, gerando um sólido com duas bases circulares de raios R1 e R2.
Esses planos, ao interceptarem o eixo da esfera, geram os ponto x1 e x2, cuja distância h entre esses pontos é dada por:
h=x2−x1
Se x1=−R e x2=R, então h=2R e o segmento esférico é a própria esfera:
V=43πR3Demonstração:
Tomamos inicialmente a equação da circunferência:
(x−a)2+(y−b)2=R2Se a circunferência estiver centrada na origem, assume a seguinte forma:
x2+y2=R2Isolando y, obtemos:
y=√R2−x2Quando rotacionarmos a circunferência em torno do eixo dos x, obtemos uma esfera de centro na origem e raio R:
f(x)=√R2−x2Suponha que o segmento esférico de altura h seja formado por infinitos cilindros de alturas infinitesimais dx e raios y, sendo que y é variável para cada ponto de h:
O volume de um cilindro é dado pelo produto da área da base pela altura. Assim:
Vcil=Ab⋅h Vcil=π y2 dxA som desses infinito cilindros de alturas infinitesimais forma o segmento esférico nos limites x1 e x2. Assim, seu volume será dado pela integral definida:
V=∫x2x1π y2 dxSubstituindo (3) em (5), obtemos:
V=π∫x2x1(R2−x2) dxIntegrando em relação a x, obtemos:
V=π[R2x−x33]x2x1Aplicando os limites:
V=π[(R2x2−x323)−(R2x1−x313)] V=π[3R2x2−x323−(3R2x1−x313)] V=π3(3R2x2−x32−3R2x1+x31)Obtendo:
V=π3(3R2(x2−x1)−(x32−x31))Fatorando a diferença de cubos que aparece em (7), obtemos:
(x32−x31)=(x2−x1)(x22+x1x2+x21)Substituindo (8) em (7):
V=π3(3R2(x2−x1)−(x2−x1)(x22+x1x2+x21))No entanto, de (1) temos que h=x2−x1. Substituindo em (9), obtemos:
V=π3(3R2h−h(x22+x1x2+x21))Observando a figura 1, podemos destacar os seguintes pontos:
Pelo teorema pitagórico, temos que:
R2=x21+R21⟹x21=R2−R21e
R2=x22+R22⟹x22=R2−R22E, também, pelo produto notável:
(x1−x2)2=x21−2x1x2+x22Podemos reescrever a equação (1) como:
−h=(x1−x2)Substituindo em (13):
(−h)2=x21−2x1x2+x22 h2=x21−2x1x2+x22Agora, podemos substituir as relações (11) e (12) em (15):
h2=R2−R21+R2−R22−2x1x2 x1x2=R2−(R21+R22+h22)Vamos agora substituir as relações (16), (12) e (11) em (10):
V=π h3[3R2−(x22+x1x2+x21)] V=π h3[3R2−(R2−R21+R2−R22+R2−(R21+R22+h22))] V=π h3[3R2−(3R2−R21−R22−(R21+R22+h22))] V=π h3[3R2−(6R2−2R21−2R22−R21−R22−h22)] V=π h3[6R2−6R2+2R21+2R22+R21+R22+h22] V=π h6[3R21+3R22+h2]Chegando finalmente a:
V=π h6[3(R21+R22)+h2]Que é a fórmula para o volume de um segmento esférico.
Exemplo:
Seja uma esfera de raio R=4 e dois planos seccionando-a nos pontos x1=1 e x2=3. Calcular o volume do segmento esférico gerado pelas intersecções desses planos com a esfera.
Primeiramente temos que calcular os valores dos raios R1 e R2. Para isso, utilizamos o teorema pitagórico:
Para o cálculo de R1:
R2=R21+x21 16=R21+1 R1=√15Para o cálculo de R2:
R2=R22+x22 16=R22+9 R2=√7E para a altura h, fazemos x2−x1:
h=x2−x1=3−1=2Agora que já temos os dados necessários, aplicamos na fórmula dada em (17):
V=π h6[3(R21+R22)+h2] V=2 π6[3((√15)2+(√7)2)+4] V=π3[3(15+7)+4] V=π3(3⋅22+4) V=π3(66+4) V=70 π3 V≈73,3 u.v.Assim, o volume do segmento esférico desejado vale aproximadamente 73,3 unidades de volume.
Parabéns Kebler pela excelente exposição do post, ficou muito bom e bem detalhado. Este post é um exemplo das aplicações do teorema de pitágoras, produtos notáveis e do cálculo integral. Obrigado por citar os posts do meu blog.
ResponderExcluirUm grande abraço!
É verdade Paulo, explora muita a álgebra e o conceito de integral definida. Vou, agora, iniciar um rascunho sobre o anel esférico.
ResponderExcluirObrigado pelos elogios.
Um abraço!
Olá Kleber Kilhian, parabéns pelo trabalho, está bem detalhado. Verifique a equação (4), eu posso estar enganado, mas tem um expoente 2 no h faltando. Obrigado.
ResponderExcluirOlá amigo. Não está enganado. Faltou mesmo colocar o exponte dois em h. Já corrigi a fórmula.
ResponderExcluirObrigado por avisar!
Abraços e volte sempre.
Olá Kleber Kilhian, primeiramente parabéns pelo excelente trabalho, se for possível, é claro, me esclareça uma dúvida a respeito da equação (3), na referida situação R1 e R2 não seria igual a zero e com isso seus respectivos quadrados também? Pois percebi, posso estar enganado, que ao substituir a relação (2) em (3) o quadrado de R1 foi substituído por menos R ao quadrado e o quadrado de R2 por R ao quadrado, não seria ambos iguais a zero? Desde já agraço. Um forte abraço.
ExcluirOlá Kleber Kilhian, primeiramente parabéns pelo excelente trabalho, se for possível, é claro, me esclareça uma dúvida a respeito da equação (3), na referida situação R1 e R2 não seria igual a zero e com isso seus respectivos quadrados também? Pois percebi, posso estar enganado, que ao substituir a relação (2) em (3) o quadrado de R1 foi substituído por menos R ao quadrado e o quadrado de R2 por R ao quadrado, não seria ambos iguais a zero? Desde já agraço. Um forte abraço.
ExcluirOlá Kleber, me responde mais uma dúvida na equação (4), a condição para que o segmento esférico seja uma calota esférica não seria x2=R ao invés de x2=0. Desde já agradeço.
ExcluirGilmar, primeiramente vamos considerar a esfera centrada na origem de um sistema cartesiano e os triângulos definidos pelos raios R1,R e x1 e R2,R e x2. Aplicando o teorema de pitágoras em cada um deles, obtemos:
R2=R21+x21⇒R21=r2−x21
e
R2=R22+x22⇒R22−x22
A altura h será dada por:
h=x2−x2
Se x1=−R e x2=R então:
h=R−(−R)⇒h=2R
Substituindo R1, R2 e h na relação (2), obtemos:
V=16π⋅2R[3(R2−x21+R2−x22)+(2R)2]
V=13πR[3(R2−R2+R2−R2)+4R2]
V=13πR[3(0)+4R2]
V=43πR3
No caso da relação (4), você está certo, x2 tem que ser igual a R para ser uma calota esférica. Farei as devidas correções em breve.
Um abraço.Excluir
Bela demostração!!!Parabéns pelo trabalho!!
ResponderExcluirO calculo deste volume, sem o uso de integral é possível?
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