22/09/2010

Volume de um Segmento Esférico

Veremos neste artigo como deduzir uma fórmula para calcular o volume de um segmento esférico. Para esta demonstração, utilizaremos o Cálculo Integral encontrando a fórmula:
V=π h6[3(R21+R22)+h2]

como-calcular-o-volume-de-um-segmento-esferico-com-integral

Definição:

Segmento esférico é região limitada por dois planos paralelos que seccionam uma esfera, gerando um sólido com duas bases circulares de raios R1 e R2.

Esses planos, ao interceptarem o eixo da esfera, geram os ponto x1 e x2, cuja distância h entre esses pontos é dada por:
h=x2x1
Se x1=R e x2=R, então h=2R e o segmento esférico é a própria esfera:
V=43πR3

Demonstração:

Tomamos inicialmente a equação da circunferência:
(xa)2+(yb)2=R2

Se a circunferência estiver centrada na origem, assume a seguinte forma:
x2+y2=R2
Isolando y, obtemos:
y=R2x2
Quando rotacionarmos a circunferência em torno do eixo dos x, obtemos uma esfera de centro na origem e raio R:
f(x)=R2x2
Suponha que o segmento esférico de altura h seja formado por infinitos cilindros de alturas infinitesimais dx e raios y, sendo que y é variável para cada ponto de h:

cilindro-de-altura-infinitesimal-para-calcular-o-volume-de-um-segmento-esferico

O volume de um cilindro é dado pelo produto da área da base pela altura. Assim:
Vcil=Abh Vcil=π y2 dx
A som desses infinito cilindros de alturas infinitesimais forma o segmento esférico nos limites x1 e x2. Assim, seu volume será dado pela integral definida:
V=x2x1π y2 dx
Substituindo (3) em (5), obtemos:
V=πx2x1(R2x2) dx
Integrando em relação a x, obtemos:
V=π[R2xx33]x2x1
Aplicando os limites:
V=π[(R2x2x323)(R2x1x313)] V=π[3R2x2x323(3R2x1x313)] V=π3(3R2x2x323R2x1+x31)

Obtendo:
V=π3(3R2(x2x1)(x32x31))
Fatorando  a diferença de cubos que aparece em (7), obtemos:
(x32x31)=(x2x1)(x22+x1x2+x21)
Substituindo (8) em (7):
V=π3(3R2(x2x1)(x2x1)(x22+x1x2+x21))
No entanto, de (1) temos que h=x2x1. Substituindo em (9), obtemos:
V=π3(3R2hh(x22+x1x2+x21))
Observando a figura 1, podemos destacar os seguintes pontos:

teorema-de-pitagors-no-calculo-do-volume-de-um-segmento-esferico-com-integral

Pelo teorema pitagórico, temos que:
R2=x21+R21x21=R2R21
e
R2=x22+R22x22=R2R22
E, também, pelo produto notável:
(x1x2)2=x212x1x2+x22
Podemos reescrever a equação (1) como:
h=(x1x2)
Substituindo em (13):
(h)2=x212x1x2+x22 h2=x212x1x2+x22
Agora, podemos substituir as relações (11) e (12) em (15):
h2=R2R21+R2R222x1x2 x1x2=R2(R21+R22+h22)
Vamos agora substituir as relações (16), (12) e (11) em (10):
V=π h3[3R2(x22+x1x2+x21)] V=π h3[3R2(R2R21+R2R22+R2(R21+R22+h22))] V=π h3[3R2(3R2R21R22(R21+R22+h22))] V=π h3[3R2(6R22R212R22R21R22h22)] V=π h3[6R26R2+2R21+2R22+R21+R22+h22] V=π h6[3R21+3R22+h2]
Chegando finalmente a:
V=π h6[3(R21+R22)+h2]
Que é a fórmula para o volume de um segmento esférico.

Exemplo:

Seja uma esfera de raio R=4 e dois planos seccionando-a nos pontos x1=1 e x2=3. Calcular o volume do segmento esférico gerado pelas intersecções desses planos com a esfera.

exercicio-resolvido-sobre-segmento-esferico

Primeiramente temos que calcular os valores dos raios R1 e R2. Para isso, utilizamos o teorema pitagórico:

Para o cálculo de R1:
R2=R21+x21 16=R21+1 R1=15
Para o cálculo de R2:
R2=R22+x22 16=R22+9 R2=7
E para a altura h, fazemos x2x1:
h=x2x1=31=2
Agora que já temos os dados necessários, aplicamos na fórmula dada em (17):
V=π h6[3(R21+R22)+h2] V=2 π6[3((15)2+(7)2)+4] V=π3[3(15+7)+4] V=π3(322+4) V=π3(66+4) V=70 π3 V73,3 u.v.
Assim, o volume do segmento esférico desejado vale aproximadamente 73,3 unidades de volume.

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO: Título: Volume de um Segmento Esférico. Publicado por Kleber Kilhian em 22/09/2010. URL: . Leia os Termos de uso.


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10 comentários:

  1. Parabéns Kebler pela excelente exposição do post, ficou muito bom e bem detalhado. Este post é um exemplo das aplicações do teorema de pitágoras, produtos notáveis e do cálculo integral. Obrigado por citar os posts do meu blog.

    Um grande abraço!

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  2. É verdade Paulo, explora muita a álgebra e o conceito de integral definida. Vou, agora, iniciar um rascunho sobre o anel esférico.

    Obrigado pelos elogios.

    Um abraço!

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  3. Olá Kleber Kilhian, parabéns pelo trabalho, está bem detalhado. Verifique a equação (4), eu posso estar enganado, mas tem um expoente 2 no h faltando. Obrigado.

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  4. Olá amigo. Não está enganado. Faltou mesmo colocar o exponte dois em h. Já corrigi a fórmula.

    Obrigado por avisar!

    Abraços e volte sempre.

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    Respostas
    1. Olá Kleber Kilhian, primeiramente parabéns pelo excelente trabalho, se for possível, é claro, me esclareça uma dúvida a respeito da equação (3), na referida situação R1 e R2 não seria igual a zero e com isso seus respectivos quadrados também? Pois percebi, posso estar enganado, que ao substituir a relação (2) em (3) o quadrado de R1 foi substituído por menos R ao quadrado e o quadrado de R2 por R ao quadrado, não seria ambos iguais a zero? Desde já agraço. Um forte abraço.

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    2. Olá Kleber Kilhian, primeiramente parabéns pelo excelente trabalho, se for possível, é claro, me esclareça uma dúvida a respeito da equação (3), na referida situação R1 e R2 não seria igual a zero e com isso seus respectivos quadrados também? Pois percebi, posso estar enganado, que ao substituir a relação (2) em (3) o quadrado de R1 foi substituído por menos R ao quadrado e o quadrado de R2 por R ao quadrado, não seria ambos iguais a zero? Desde já agraço. Um forte abraço.

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    3. Olá Kleber, me responde mais uma dúvida na equação (4), a condição para que o segmento esférico seja uma calota esférica não seria x2=R ao invés de x2=0. Desde já agradeço.

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    4. Gilmar, primeiramente vamos considerar a esfera centrada na origem de um sistema cartesiano e os triângulos definidos pelos raios R1,R e x1 e R2,R e x2. Aplicando o teorema de pitágoras em cada um deles, obtemos:

      R2=R21+x21R21=r2x21
      e
      R2=R22+x22R22x22

      A altura h será dada por:
      h=x2x2

      Se x1=R e x2=R então:
      h=R(R)h=2R

      Substituindo R1, R2 e h na relação (2), obtemos:

      V=16π2R[3(R2x21+R2x22)+(2R)2]


      V=13πR[3(R2R2+R2R2)+4R2]

      V=13πR[3(0)+4R2]

      V=43πR3


      No caso da relação (4), você está certo, x2 tem que ser igual a R para ser uma calota esférica. Farei as devidas correções em breve.

      Um abraço.

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  5. Bela demostração!!!Parabéns pelo trabalho!!

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    1. O calculo deste volume, sem o uso de integral é possível?

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